O balão dilatador tem a função de tratar estenoses, utilizando força radial, ou seja, dilatando de dentro para fora. Ao contrário, a dilatação com velas de Savary-Gilliard, de diâmetros progressivos, utiliza força longitudinal, rompendo os tecidos de cima para baixo e só deve ser utilizada em estenoses de órgão retilíneos como o esôfago por exemplo.
Existem vários tipos de balões dilatadores, cada qual para estenoses com situações clínicas diferentes. Os balões podem ser preenchidos com ar (pneumáticos) ou com líquido (hidrostáticos), porém todos são calibrados precisamente através do acoplamento de um barômetro que determina qual a pressão necessária para produzir um diâmetro desejado.
Dentre as situações clínicas mais comuns podemos destacar: as estenoses cirúrgicas muito frequentes nas cirurgias de vísceras ocas (esôfago, estômago, cólon e via biliar); as estenoses cáusticas; as secundárias ao tratamento radioterápico, também conhecidas como actínicas; e as estenoses por hipertonia muscular como naqueles pacientes acometidos por acalásia.
Cabe um destaque especial para as estenoses da cirurgia bariátrica do tipo Bypass que raramente ocorrem. A estenose da gastrojejunoanastomose, nesses pacientes, pode ocorrer nos primeiros dias a semanas de pós operatório. Nesse caso, os pacientes cursam com vômitos alimentares. Esse tipo específico de estenose sempre deve ser tratada com dilatação endoscópica com balão hidrostático, utilizando força radial para sua execução.
Por fim, a dilatação com balão tem evitado, com sucesso, uma gama enorme de reintervenções cirúrgicas com rapidez e praticidade, sendo mais um dos recursos terapêuticos endoscópicos nos dias de hoje.