A Doença Celíaca ou popularmente conhecida como "doença do glúten" é uma doença autoimune na qual o organismo do paciente reconhece a molécula de glúten da dieta (trigo, cevada, aveia e centeio) como se fosse um inimigo, produzindo uma cascata de reação inflamatória ao nível do intestino delgado (cenário do problema) e desencadeando a produção de anticorpos sistêmicos. Acomete em torno de 1% da população adulta, em vários níveis de gravidade.
O intenso processo inflamatório local no intestino delgado produz um encurtamento, alargamento e até achatamento das vilosidades intestinais produzindo uma síndrome de má-absorção de nutrientes, vitaminas e minerais. Esse processo também libera proteínas inflamatórias na corrente sanguínea que vão gerar sintomas à distância em alguns órgãos alvos como a pele.
Os sintomas podem ser secundários ao acometimento inflamatório intestinal como dor abdominal, estufamento, diarreia e cólicas; outros secundários a má absorção de nutrientes como ferro e vitamina B12 causando anemia, cansaço, adinamia, palpitações e sintomas neurológicos; ou sintomas a distância como a dermatite herpertiforme.
O diagnóstico é realizado através de um exame de Endoscopia Digestiva Alta (EDA) com biópsias duodenais (padrão ouro) e através da dosagem de auto-anticorpos no sangue principalmente o anticorpo anti-transglutaminase tecidual. Exames laboratoriais para avaliação de micronutrientes e proteínas de fase aguda de inflamação também são fundamentais.
O tratamento baseia-se na restrição alimentar completa ao glúten, sendo de fundamental relevância a consulta com especialista da área da nutrologia para seguimento adequado.