Como o nome está dizendo, a intolerância à lactose não é uma doença, mas simplesmente a falta da enzima lactase no intestino delgado. Faz parte da evolução natural dos mamíferos, ir perdendo a quantidade de enzima lactase com o envelhecimento. Se observarmos a natureza selvagem, o ser humano é o único mamífero que come leite depois de velho, principalmente na forma de produtos manufaturados a base de lactose como: manteiga, creme de leite, queijos, leite condensado, iogurtes, requeijão, entre outros.
Caso o paciente, com deficiência enzimática, ingira grandes quantidades de lactose ao longo das 24 horas do dia, sentirá sintomas relacionados a uma síndrome de má-absorção como estufamento, distensão abdominal, borborigmos, dor tipo cólica e, em alguns casos mais graves, diarreia e até urgência evacuatória.
Por não se tratar de doença, a lactose ingerida transita por dentro das alças alimentares sem produzir machucados ou gerar sangramentos. O risco de desenvolvimento de tumores do tubo digestivo também inexiste. Ou seja, a lactose ingerida gera apenas sintomas e uma baixa qualidade de vida secundária aos mesmos.
Investigamos a intolerância à lactose através de exames laboratoriais de sangue. Atenção especial à curva de tolerância à lactose que é um exame funcional que diferencia pacientes com intolerância total daqueles com intolerância parcial. Nesses últimos, nos dá uma ideia da magnitude da deficiência.
O tratamento baseia-se na restrição da ingestão de alimentos ricos em lactose. Hoje temos a facilidade de encontrar vários alimentos do tipo "zero lactose" e, inclusive, a possibilidade de fazer uso da enzima lactase em forma de comprimidos junto das refeições que contenham lactose.