O cálculo de vesícula biliar, também conhecido como colecistolitíase, é extremamente comum na vida adulta, podendo acometer em torno de 5% a 9% desta população. A prevalência aumenta progressivamente com o envelhecimento e é mais comum no sexo feminino.
A grande maioria dos cálculos de vesícula biliar é de coloração marrom amarelada, composição frágil, farelenta, secundária à fusão de cristais de colesterol em fragmentos cada vez maiores. A outra pequena parcela é de cálculos escuros, endurecidos, mais compactos, secundários a doenças da hemoglobina e seu elevado índice de hemólise como na anemia falciforme.
Fatores de risco adicionais também são bem conhecidos: pacientes com Diabete Melitus e resistência à insulina; obesidade; transtornos hormonais nas mulheres; gestantes com sobrepeso; grande emagrecimento em curto espaço de tempo, como das cirurgias bariátricas; pacientes com doença inflamatória tipo Crohn que impede a reabsorção dos sais biliares no íleo distal; em pacientes com aumento dos triglicerídeos no sangue; e fatores genéticos.
A grande maioria dos pacientes é assintomática e o diagnóstico é feito de maneira incidental por meio de exame de imagem. Nos pacientes sintomáticos, temos um quadro de dor abdominal no quadrante superior direito sob as costelas, de forte intensidade, tipo cólica, com irradiação para a clavícula direita ou dorso, geralmente desencadeada por uma refeição recente, mais copiosa ou rica em gordura.
O diagnóstico é confirmado por exame de ecografia abdominal superior, deixando a tomografia ou a ressonância nuclear magnética para os casos complicados por pancreatite ou obstrução da árvore biliar.
O tratamento é cirúrgico com a retirada de vesícula biliar doente. Hoje essa cirurgia (colecistectomia) é realizada com técnica minimamente invasiva (videolaparoscopia), com índice de complicações extremamente baixo em mãos proficientes e internação hospitalar curta de até 24 horas nos casos mais simples.