O Esôfago de Barrett é uma transformação histológica adaptativa do esôfago distal (junto ao estômago) ao refluxo crônico de ácido nessa região. As células normais do esôfago, que se caracterizam por formar um epitélio pavimentoso, se transformam em um epitélio glandular rico em células caliciformes também chamado de metaplasia intestinal.
O nome “Esôfago de Barrett" é uma homenagem ao cirurgião torácico australiano Norman Barrett que identificou, pela primeira vez, o crescimento de um tipo de câncer (adenocarcinoma) de esôfago que crescia sobre esse epitélio metaplásico modificado ao realizar suas cirurgias no Hospital St. Thomas no Reino Unido em meados da década de 50 (1957).
Os sintomas do Esôfago de Barrett são os mesmos da doença do refluxo gastroesofágico, uma vez que é considerado uma complicação do mau manejo dessa doença a longo prazo. Sintomas como regurgitação, dor torácica, azia e queimação são os mais frequentes. Atenção especial deve ser dada quando, de uma hora para outra, os sintomas de dor do refluxo somem na ausência de tratamento, podendo significar piora do quadro clínico e agravamento da doença.
O diagnóstico se dá através da realização de uma endoscopia digestiva alta (EDA) com múltiplas biópsias do epitélio modificado. O tratamento vai depender da extensão do Esôfago de Barrett e da análise microscópica dessas biópsias, podendo abranger uso de medicações, ressecções endoscópicas e até cirurgia.
O segredo novamente é a prevenção. Diagnosticar e tratar precocemente o refluxo com o seu médico especialista evita o surgimento dessa complicação chamada "Esôfago de Barrett".