A Acalásia é uma doença causada pela hipertonia do esfíncter esofágico inferior (EEI) na divisa do esôfago com o estômago. A região fica tão apertada que dificulta a progressão do alimento ingerido até o luz do estômago. Tudo fica represado dentro da luz do esôfago gerando sintomas significativos.
Sintomas comuns do paciente com acalasia são a dificuldade de engolir (disfagia) e a dor retroesternal (atrás do osso esterno). A dificuldade de passagem do alimento do esôfago para o estômago pode evoluir com megaesôfago (dilatação do esôfago) progressivo. Há perda de peso, vômitos, regurgitação, salivação excessiva, dor torácica, mau hálito e azia. Complicações pulmonares devido a aspiração de conteúdo alimentar também são relevantes.
O diagnóstico da acalásia ocorre através da realização de exames de imagem complementares. O Rx contrastado mostra represamento do contraste no esôfago e afilamento na região acometida. Na endoscopia digestiva alta observamos esôfago dilatado e com resíduo alimentar. A mucosa pode estar inflamada (mucosite) e com infecção oportunista por cândida. E, por fim, o diagnóstico definitivo através da realização do exame de manometria esofagiana que mostra um aumento significativo da pressão no EEI.
O tratamento baseia-se no rompimento da musculatura hipertrófica da junção esofagogástrica. Inicialmente tentamos as técnicas endoscópicas como a dilatação com velas e principalmente com balão dilatador de acalásia. Pacientes refratários são encaminhados para a cirurgia. Novas técnicas como o POEM (Miotomia Endoscópica Peroral) podem ser realizadas em centros proficientes.