ePrivacy and GPDR Cookie Consent by Cookie Consent Dr. Gustavo Morales · Patologias · Doença do Refluxo Gastroesofágico

Patologias Doença do Refluxo Gastroesofágico

A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é uma das doenças mais comuns em gastroenterologia. Acomete em torno de 10 a 20% da população adulta e está associada, nos casos mais graves, a complicações como estenoses e adenocarcinoma de esôfago distal (câncer).

É uma condição que se caracteriza pelo fluxo retrógrado (refluxo) de parte do conteúdo gastroduodenal para o esôfago e/ou órgãos adjacentes acarretando diversos sintomas e lesões teciduais. Isso ocorre devido ao aumento do relaxamento transitório do esfíncter esofágico inferior ou até mesmo hérnia no hiato do músculo diafragma o qual separa o abdomen do tórax.

Os sintomas típicos como azia e regurgitação selam o diagnóstico. Porém sintomas gerais e atípicos são muito comuns: náuseas, dor torácica tipo angina, pigarro, rouquidão, piora da falta de ar em asmáticos, tosse seca, aftas recorrentes, mau hálito, entre outros.

A Endoscopia Digestiva Alta (EDA) é muito importante não só no diagnóstico, mas principalmente na individualização da gravidade de cada caso. Nos mostra o nível de alteração anatômica conhecida como hérnia hiatal e o grau de dano tecidual conhecido como esofagite péptica. Já a pHmetria de 24h e a manometria esofagiana servem para o diagnóstico definitivo nos casos inconclusivos da EDA e como exame pré-operatório da correção cirúrgica da hérnia de hiato.

Do ponto de vista genético, é fundamental diferenciar justamente os pacientes que possuem predisposição ao dano tecidual (esofagite), pois estes são os que tendem a complicar a longo prazo caso não tenham uma boa adesão ao tratamento.

Infelizmente, não existe uma relação fidedigna entre a intensidade dos sintomas e a gravidade dos achados endoscópicos. Pacientes quase assintomáticos podem apresentar quadros graves. Por isso devemos valorizar quaisquer queixas de refluxo e procurar as esofagites.

O tratamento da doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) tem como objetivos primários o alívio dos sintomas (resolução clínica) e a cicatrização das esofagites (queimaduras do esôfago). Quando, com a terapêutica adequada, atingimos esses dois objetivos, ganhamos um terceiro, que é justamente evitar complicações a longo prazo como estenoses (estreitamentos), sangramento digestivo por úlceras esofágicas e câncer.

Os pacientes são tratados individualmente conforme a intensidade dos sintomas e dos achados endoscópicos. Separados em grupos em escala progressiva de intensidade.

  1. Pacientes com sintomas e exame de endoscopia normal:
    Nesse grupo temos como objetivo apenas erradicar os sintomas clínicos. Orientações na mudança de hábitos alimentares também conhecidos como medidas não farmacológicas são inicialmente tentados: reduzir peso; não comer em grandes volumes; não deitar após uma refeição (esperar 2 horas); evitar alguns alimentos como bebidas alcóolicas, cítricos, café e chás escuros, frituras, alimentos gordurosos; e abolir o hábito de fumar. Quando essas medidas não funcionam, iniciamos a medicação da classe dos inibidores da bomba de próton (IBP) em dose simples. O tratamento é utilizado por demanda, por necessidade.
  2. Pacientes com sintomas e esofagite endoscópica leve:
    Nesse grupo de pacientes começamos a identificar o machucado na endoscopia (esofagite). Do ponto de vista endoscópico a esofagite pode ser leve - grau A, moderada - grau B e severa, graus C e D numa classificação internacional amplamente utilizada. Nesse grupo os pacientes têm esofagite grau A e o tratamento é usar IBP por 60 dias e orientar associação das medidas não farmacológicas. Se após a suspenção do IBP os sintomas recidivarem, o paciente deverá utilizar o remédio continuamente.
  3. acientes com sintomas e esofagite moderada:
    Esses pacientes têm esofagite grau B na endoscopia. Devem tomar o IBP de uso contínuo pelo resto da vida para evitar complicações a médio e longo prazo. Se utilizar um IBP potente não se beneficia de tratamento não farmacológico adicional, ou seja, pode ter uma dieta liberada e equilibrada.
  4. Pacientes com sintomas e esofagite severa:
    Nesse grupo de pacientes temos as esofagites severas grau C e D ou lesões pré-câncer conhecidas como esôfago de Barrett. O tratamento farmacológico deve iniciado com dose dobrada de IBP e em pacientes não respondedores acrescentar drogas procinéticas antes das refeições e ao dormir.
  5. Pacientes com indicação cirúrgica:
    As indicações clássicas da cirurgia do refluxo também conhecida como Fundoplicatura de Nissen feita hoje em dia por videolaparoscopia são pacientes com hérnias hiatais grandes (acima de 5 cm) ou com hérnias menores, porém com esofagites de difícil controle com o tratamento clínico e naqueles com a presença de esôfago de Barrett.

O seguimento a longo prazo também depende do grau da esofagite e sua intensidade. Pacientes mais acometidos deverão fazer exames de endoscopia em intervalos menores e ter consultas médicas mais rotineiras.

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